terça-feira, 10 de julho de 2012

[NY/Orlando] Gorjetas nos EUA

Uma das coisas mais interessantes de se viajar é a troca cultural que acontece naturalmente quando estamos em outro país. Isso acontece obviamente quando chegamos aos EUA e uma das coisas com as quais o brasileiro normalmente se espanta é com a forma de dar gratificação aos prestadores de serviço lá, a famosa gorjeta ou “tip”.
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No Brasil, o costume é que a gorjeta seja dada principalmente em restaurantes e bares, não é obrigatória e fica em torno de 10% do valor da conta ou do serviço prestado, as vezes um pouco mais, 12%. Nos EUA, apesar de não ser obrigatória por lei, é quase como se fosse, pois já virou um costume, que é respeitado por todos os americanos. O fato é que muitas pessoas que trabalham prestando serviços têm um salário baixo e as gorjetas fazem toda a diferença no fim do mês.
Além disso, a gorjeta também deve ser dada para profissionais da área de beleza (cabelereiros, manicure, massagista, depiladora, etc), para motoristas (carro particular, taxi), para entregadores de delivery, e para guardadores de casaco com os coat checkers (muito utilizados no inverno), mas diferentemente do que estamos acostumados, lá eles costumam dar pelo menos o equivalente a 10% do serviço pago, sendo que o normal quando a pessoa fica muito satisfeita com um serviço é dar até mais, algo em torno de 20%. Fazendo as contas, tem muito serviço que fica bem mais caro. 
O meu exemplo clássico é a manicure, onde fazer mão e pé custava 30 dólares, mas eu costumava só dar 3 dólares de gorjeta e a manicure sempre ficava de cara feia para mim, porque com certeza achava que devia ganhar o dobro (e eu achava um absurdo pagar 6 dolares de gorjeta...). E essa é a reação de quem ganha menos de 20%, eles normalmente ficam de cara feira, alguns até perguntam se o serviço foi ruim, o que acaba gerando um constrangimento.
Para restaurantes, hoje em dia há até aplicativos para smartphones que calculam a gorjeta, mas uma boa dica para não ter muito trabalho é pegar a taxa de serviços cobrada na conta (obrigatória e já embutida no preço total, mas que vem detalhada na nota fiscal) e multiplicar por 2. Em Nova York, a taxa de serviços é de 8,875% e em Orlando a taxa é de 6,5%, como o ideal é dar cerca de 15% de gorjeta, é só multiplicar que já fica na faixa esperada pelos garçons, lembrando que para grupos de 6 ou mais pessoas a gorjeta é sempre de 20%. 
Em cabelereiros, uma solução muito legal que eles encontraram lá para evitar qualquer constrangimento foi colocar uma caixa ao lado do local onde se faz o pagamento dos serviços, junto com mini envelopes, onde você coloca a quantia que deseja deixar de gorjeta e escreve o nome do profissional no envelope. Achava ótimo e já pude usar o “tip box” nos salões da Bumble e da Sally Hershberger.
Em hotéis, uma boa dica é sempre dar USD 1 de gorjeta para cada mala que o carregador levar, e deixar pelo menos USD 1 de gorjeta para a arrumadeira do quarto, por dia.
Por fim, para motoristas de taxi não há uma regra fechada, mas o ideal é pelo menos arredondar o valor total da corrida para cima (exemplo: se a conta deu USD 7.15, pague USD 8), o que já fica como tip para eles. Se eles ajudarem a carregar malas, o ideal é pagar USD1 por mala também.

Um comentário:

Letícia disse...

Ótima dica.
Quando fui pra Buenos Aires achei bem diferente também, as vezes esquecia de dar.
Prefiro quando já vem na conta, assim não tem erro.